segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A violência é irmã siamesa da criminalidade?

Em tempos de campanha eleitoral fala-se muito em segurança pública e retomamos as eternas discussões sobre a violência e a criminalidade. Por mais que se diga, alguns ainda teimam em dizer que violência e criminalidade estão umbilicalmente relacionadas. Ledo engano. Acredito, sinceramente, que para certas pessoas seja difícil entender que violência, pobreza, criminalidade e drogas não estão diretamente relacionadas.

É preciso entender (e é claro que todos nós entendemos) que não é necessário ser violento para ser pobre, ou vice versa, bem como todos nós sabemos que quem financia o tráfico ilícito de drogas não é a base da pirâmide social/econômica (os excluídos) mas sim o ápice. É absolutamente desnecessária a afirmação de que os criminosos não são, única e exclusivamente, aqueles drogados que estão amontoados nas penitenciárias – o que correspondem a uma minoria insignificante.

Aqueles que transitam livremente muitas vezes batem nas esposas e filhos (são violentos e criminosos), devem aos bancos (são pobres financeiramente) e sofrem da mendicância espiritual (são pobres de espírito), fazem parte da macrocriminalidade – aquela do colarinho branco (estes são os verdadeiros criminosos), pois usam e traficam drogas nas baladas da noite e todos sabem onde encontrá-los.

Quem são os famigerados cancros da sociedade? Quem é o (mais) perverso ao meio social? Será que é tão imprescindível assim continuar a discutir a alteração da responsabilidade penal?

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